sexta-feira, 14 de agosto de 2009

E Wolverine 2 continua a todo vapor... infelizmente

A 20th Century Fox contratou roteirista para a continuação do filme-solo do mutante canadense mais amado das HQs: Christopher McQuarrie é o escolhido.


"Não gostei da nossa foto, amor"


McQuarrie escreveu Operação Valquíria (dirigido pelo Bryan Singer, com o Tom Cruise no elenco). O roteirista será o responsável em roteirizar a famosa saga do mutante escrita por Chris Claremont e Frank Miller nos anos 80, que mostra o treinamento de Logan em terras japonesas para se tornar um samurai. É nesta época que Logan conhece um de seus maiores inimigos: Samurai de Prata.

A dúvida que fica, pra quem conhece minimamente a trajetória de Logan nas HQs, é se vão manter mais fiéis possíveis os acontecimentos da sequência do blockbuster lançado neste ano de 2009. Pra quem não viu ainda, X-Men Origins: Wolverine é uma BAITA bomba, no que concerne aos quadrinhos. No filme, vários personagens tem seus destinos e personalidades transformados radicalmente - o maior exemplo é Deadpool, que se transforma num mutante com poderes "roubados" de outros, sendo completamente diferente daquele carismático mercenário-ninja-engraçadinho-cheio-de-cicatrizes-com-um-uniforme-legal das HQs. Isso, claro, sem contar o roteiro raso e cheio de "pontos-sem-nó", que lembra muito qualquer um daqueles crossovers noventistas, onde a filosofia "bata primeiro, converse depois" impera. É torcer pra que a sequência não seja outro mero caça-níquel, como o filme desse ano...

quarta-feira, 12 de agosto de 2009

Céeeeeerebros, céeeeeeerebros...

O site da Variety publicou que a rede de TV norteamericana AMC está muito próxima de fechar um contrato para a produção de um seriado adaptando a série Walking Dead, de Robert Kirkman, um dos maiores sucessos da Image Comics.



Não se apegue a ninguém em Walking Dead: ninguém está a salvo

Walking Dead começou a ser publicada em 2003, e, juntamente com o filme 28 Days Later (Extermínio, de Danny Boyle), revolucionou o gênero zombie. Falando mais sobre os quadrinhos, Walking Dead sempre se diferenciou por não focalizar os zumbis, e sim o que qualquer um faz numa situação adversa (como uma infestação zumbi) para sobreviver. A série de Kirkman focaliza um grupo de sobreviventes comandados pelo policial Rick Grimes. Outro diferencial da série é a incerteza de quem vai continuar vivo ao fim de cada edição: Kirkman não poupa e muito menos hesita em sacrificar personagens "principais" - assim, o auto dá uma rotatividade e dinamicidade ímpar à série. Por ser tão diferenciada e inovadora, Walking Dead é
um dos carros-chefe da Image. O diretor Frank Darabont está por trás dessa adaptação pra TV (que irá ao ar na mesma rede que exibe o premiadíssimo seriado Mad Men, lá nos EUA). Levando-se em conta a qualidade de Mad Men (série exibida aqui no Brasil pela HBO, podemos esperar algo beeeem interessante daí.

domingo, 9 de agosto de 2009

Logan, o Velhote

Pra quem se pergunta se o Wolverine nunca vai envelhecer, neste mês a Panini vai publicar uma história que prova que Logan envelhece sim! Amigos e amigas, vem aí Old Man Logan, finalmente.


"Tinha que doer tanto TODA VEZ que tiro estas garras?"

A saga é criação da muito bem-sucedida dupla de Civil War: Steve McNiven e Mark Millar. Millar cria uma história muito interessante, que se passa no futuro do Universo Marvel atual (pra ser mais exatos, 50 anos no futuro): a maioria dos grandes heróis da editora morre num épico confronto entre super-heróis e super-vilões. Claro que a perspectiva criada é a mais apocalíptica possível: os EUA foram divididos entre os vencedores, criando-se um império de caos e violência, onde surgem todos os dias novos heróis (que não tem muito futuro em seu vigilantismo).

Wolverine, que abandona este condinome, e apenas responde ao chamado de Logan, virou um humilde fazendeiro, que trabalha incansavelmente para sustentar muito mal sua família. Porém, o Gavião Arqueiro cruza seu caminho, e Logan acaba embarcando numa épica cruzada, que pode mudar os rumos desse abalado universo.

Millar conduz bem a narrativa, mostrando que Logan se tornou realmente um homem completamente diferente daquele baixinho-estressado-sanguinário que um dia já fora; Logan, inclusive, passa algumas décadas sem mostrar suas garras. É claro que Millar mostra o porque desta mudança tão brusca do mutante, com o decorrer da trama. Seria injusto dizer que apenas Millar carrega a série nas costas: os desenhos de McNiven, principalmente nas cenas de luta, mostra o quão mudado está aquele mundo: repleto de violência, sangue, morte. McNiven, inclusive, mostra uma versão bem interessante desse Logan velhaco: com seu traço bem definido, podemos perceber que o tempo é imperdoável até para aquele que parece que nunca morre.

Enfim, como vocês já perceberam, Old Man Logan é uma minissérie muito elogiada (muitos chegaram a chamá-la de "O Cavaleiro das Trevas do Wolverine" - denominação que não me parece muito justa, porque o trabalho de Frank Miller com o Batman é muito mais revolucionário do que a série de Logan), e altamente recomendada. Old Man Logan começa em Wolverine 57, e custa a enorme bagatela de R$7,50.

Kick- motherfuckin-ass

Ainda falando sobre os resquícios da San Diego Comic-Con, caiu na rede o trailer (gravado em celular, claro) da adaptação de Kick-Ass, HQ adulta da dupla Mark Millar e John Romita Jr, que foi publicada pelo selo Icon, da Marvel Comics.




Pouco ferrado o menino, não?


Pra quem não conhece a minissérie, a trama se passa num mundo igual ao nosso, onde não existem pessoas com superpoderes; porém, o estudante Dave Lizewski resolve se inspirar nos heróis das histórias em quadrinhos para ser um vigilante em Nova York. Millar trabalha muito bem nos diálogos e nas situações inusitadas que Dave se envolve, e Romita Jr. desenha com maestria as sequências de ação, banhadas com muito sangue.



Como o argumento favorece, Kick-Ass já dava pinta que seria ser adaptado ao cinema. O diretor Matthew Vaughn (o diretor de Stardust - outra adaptação das HQs) está trabalhando no filme. O elenco conta com Nicolas Cage, Christopher Mintz-Plasse (o McLovin de Superbad) e Aaron Johnson (no papel de Dave, o Kick-Ass). Nas cenas exibidas na SDCC, o tom da adaptação se mantém igual ao da HQ: muita violência, recheada com piadas de humor negro. O filme ainda não tem uma data de estréia definida, mas já promete ser bastante esperada pelo público (adulto, porque pelo teor das cenas, a censura vai ser BEM alta). O vídeo está no site do Omelete.

segunda-feira, 3 de agosto de 2009

X-News

Outra grande saga vai surgir baseada em... mortos que voltam à vida (que surpresa). Só que agora serão do universo mutante da Marvel.



Todo mundo quase morto


Na saga Necrosha, a Rainha Negra Selene (nome de efeito, não?) vai trazer de volta do mundo dos mortos os 16 milhões de habitantes de Genosha (que foram exterminados pelos Sentinelas na saga E de Extinção, de Grant Morrison e Frank Quitely, a famosa dupla de All-Star Superman). A saga vai abranger três títulos mutantes: X-Force, X-Men: Legacy e New Mutants. Não podemos fazer nenhuma grande previsão do que se desenvolverá na série, já que não foram divulgados muitos detalhes do evento, mas podemos supor que com 16 MILHÕES de "soldados" sob seu comando, selene vai causar bastante confusão aos heróis mutantes. Segundo Mike Carey, um dos criadores da saga, "É como se a Caixa de Pandora tivesse sido aberta, e há enormes consequências até para aqueles que parecem estar bem longe desses eventos". Vale lembrar que não são apenas os habitantes de Genosha que vão voltar, pois também foi anunciada a volta de um grande vilão, que estava sumido há tempos: Magneto. Em Nation X, Magneto volta à cena para atormentar ainda mais os mutantes e, principalmente, os humanos.

terça-feira, 28 de julho de 2009

Guess who's gonna come back


E, para a surpresa de todos (ooh), Steve Rogers vai voltar. Agora a questão não é a volta dos mortos de mais um herói, como já virou praxe nos últimos 20 anos do mainstream das HQs (Marvel e DC, no caso), mas sim: é válida esta banalização da morte de personagens importantes?


ESTE ARTIGO CONTÉM SPOILERS

To voltando, galere!


O conceito de morte nos universos DC e Marvel, desde o fim dos anos 80/começo dos 90 têm sido bastante maleável, pois a morte, em sua esmagadora maioria, não é uma coisa definitiva. E atualmente os leitores de HQs chegaram ao ápice da descrença na morte, quando, ironicamente, chegamos num ponto onde alguns dos heróis mais importantes de ambas editoras morreram recentemente (Steve Rogers e Bruce Wayne).

A morte e a volta dos mortos são artifícios bastante eficazes para atrair mais leitores - a tragédia, principalmente, atrai o público que não acompanha regularmente a série, porque normalmente redefine os rumos de determinado personagem ou universo, tornando mais fácil a compreensão dos futuros acontecimentos para estes novos leitores - desde os anos 80, quando a DC descobriu que não existia nada melhor do que uma "grande-saga-que-vai-mudar-para-sempre-os-rumos-de-todos-envolvidos-mas-calma-lá-que-não-é-bem-assim-comprem-as-revistas-e-vejam-que-nem-tudo-é-tão-preto-no-branco", com "Crise nas Infinitas Terras", de Marv Wolfman e George Pérez. Vale como curiosidade que a DC Comics andava mal das pernas na época da "Crise", e esta macro-saga resolveu muitos problemas da editora: unificou o universo dos heróis da DC (a Família Marvel era de uma Terra diferente da Sociedade da Justiça América, que por sua vez também não estava na Terra da Liga da Justiça, e aí vai), criou a oportunidade para que origens de heróis fossem redefinidas (Superman, Batman, etc.) e deu sobrevida à casa de Superman e cia. Tudo isso ao preço de duas mortes significativas: Supergirl e Flash (Barry Allen, o
original).

O Flash original (Barry Allen) é importantíssimo ao discutirmos a fugacidade da morte nas HQs hoje em dia: até pouco tempo, Allen era o maior ícone para aqueles que acreditavam que a morte podia sim ser definitiva para os super-heróis; entretanto, Allen foi revivido neste ano de 2009 pelo mesmo roteirista responsável por trazer outro grande herói (Hal Jordan) de volta à vida: Geoff Johns. Ao mesmo tempo em que Barry volta, um dos personagens "intocáveis" - Bruce Wayne, a.k.a. Batman - acaba de morrer (não houve promessas de que seria um adeus definitivo, deixemos bem claro). É até irônico falar sobre isso, porque a atual saga-que-envolve-tudo-e-todos da DC trata exatamente sobre isso: a volta dos mortos. Como eu já escrevi anteriormente, Blackest Night traz personagens mortos de volta às luzes, portando seus anéis negros, sedentos por mais e mais mortos (que voltarão à vida, algum dia, claro).

Já na editora rival, a Marvel, quem morreu e vai voltar em breve é ninguém menos que Steve Rogers, o Capitão América original. Também em uma grande saga (Guerra Civil), a morte de Rogers foi o gran finale que os comandados de Joe Quesada armaram para os leitores. Assim, OUTRO personagem que voltou a vida (seu antigo parceiro, Bucky Barnes, que havia se tornado o Soldado Invernal) assume seu manto, e atualmente faz as vezes de Capitão América. Se formos lembrar de personagens que já morreram e voltaram, a lista é gigante: Hal Jordan, Arqueiro Verde, Capitão Átomo, Justiceiro, Magneto... e por aí vai.

"Sinestro, aquele não é o finado Hal Jordan voando?"



A indagação que fazemos ao perceber isso é: como um conceito tão definitivo se torna tão maleável, a ponto de ser banalizado? Não defendo que grandes heróis não devem morrer, muito pelo contrário. Acredito sim que a morte e a ressurreição são artifícios muito válidos para prender a atenção de seu leitor em uma trama, mas quando usados com sabedoria, e sem exageros. Graças a esta banalização da morte, é difícil acreditar que este ou aquele personagem morreu MESMO; quando isso acontece, a atenção dada para esta ou aquela morte diminui, e por consequência o número de leitores, e por aí vai. Do mesmo modo que hoje a necessidade pela morte/ressurreição "surpreendente" deste ou daquele personagem acaba se tornando necessária para qualquer saga importante, e ao se tornar "obrigatória", pode virar um fator complicador na hora do desenvolvimento dos acontecimentos.

Quando será que as grandes editoras vão perceber isso, e parar com essa farra do boi? Difícil saber, mas levando-se em conta que hoje elas são tão dependentes desse artifício, é respirar fundo e... não se surpreender com idas e vindas, claro.

segunda-feira, 27 de julho de 2009

Numa banca perto de você...

A Panini Comics lança neste mês de julho uma edição de luxo de um dos melhores trabalhos de Frank Miller: nada menos que "Demolidor: o Homem Sem Medo". Ao lado do também genial John Romita Jr. (filho de peixe, peixinho é...), Miller reconta a origem do personagem, revisitando a infância difícil, e todas as tragédias que marcaram a vida de Matt Murdock.




É de conhecimento de todos que a passagem de Miller pelo título do herói da Cozinha do Inferno nos anos 80 é uma das mais marcantes da sua carreira, e, de longe, a sua mais importante obra na Marvel. Um dos porquês deste sucesso é como Frank conduz a narrativa pelas tragédias que acometem Matt Murdock: desde o acidente que aguça seus sentidos, passando pela morte de seu pai até a XXXXXXXX de XXXXXXX (sem spoilers, vocês vão ter que ler pra saber o que mais acontece ao pobre Murdock).
Seria injustiça enaltecer apenas o trabalho de Miller, e esquecer o marcante traço de John Romita Jr. Romita, que possui um traço bem diferente do estilo clássico de seu pai, consegue criar quadros inesquecíveis, e dar um dinamismo impressionante nas cenas de luta do herói, mostrando como seus super-sentidos lhe são tão úteis.
O preço do encadernado, que traz toda a minissérie (228 páginas, em formato americano e papel couchê), é meio salgado: R$ 54,00. Mas como a Panini normalmente capricha (com raras exceções de bolas fora) nestas edições especiais, fica ao seu gosto, porque o conteúdo já é mais do que garantia de boa leitura.